TSE se redime de uma mancha vergonhosa na posse de Moraes
São curiosas as voltas que o mundo dá.
Principal responsável pelo clima de caça aos inimigos, que levou à deterioração da política e ao chegada do bolsonarismo, o Supremo Tribunal Federalista (STF) transformou-se em guardião da democracia. O livro “Porquê morrem as democracias” tem uma definição que se encaixa porquê uma luva ao espaço que o STF deu à Lava Jato. Mas, hoje, o STF renasce das cinzas, porquê um bastião contra o golpismo.
Desprestigiado pela mídia e pela opinião pública, depois a pandemia e o terraplanismo, cientistas e acadêmicos aparecem porquê os profissionais mais admirados.
Finalmente, a atuação de Luiz Edson Fachin avante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, mormente, o papel de Alexandre de Moraes, devolvem ao tribunal um papel que foi comprometido nas eleições de 2018.
Na véspera das eleições, provavelmente através de um grupo de WhatsApp, o procurador da República Sidney Madruga, atuando na espaço eleitoral, articulou com diversos presidentes de Tribunais Regionais Eleitorais uma repressão inédita contra as universidades, desde que a ditadura militar foi abolida.
A mando dos TREs, Policiais Militares armados invadiram diversas universidades, a pretexto de impedir manifestações políticas. Foi um ataque que veio no rastro das invasões da Universidade Federalista de Santa Catarina – que levou ao suicídio do reitor Cancellier – e da Universidade Federalista de Minas Gerais. Aliás, só não se consumou uma tragédia maior em Minas porque centenas de pessoas, já sabedoras dos abusos da PF em Santa Catarina, cercaram as instalações da PF resgatando dirigentes detidos.
A vaga das ruas, o bicho que, quando solto, espalha ódio e peçonha pela opinião pública, ainda não havia sido contido. Dias depois, o STF começou a contratar do pesadelo em que se meteu e votou em peso contra a invasão das universidades.
Cá, alguns dos magistrados responsáveis pelas ordens dadas à PM, para invadir as universidades.
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