Rodrigo Constantino
Comentário no Jornal da Manhã de hoje:
Mais um massacre, dessa vez na pacata e civilizada Nova Zelândia, o que mostra que não há lugar seguro contra doidos. S escopo: uma mesquita. Os autores: repercussão-fascistas, seja lá o que isso significa. Um ato terrorista perpetrado por supremacistas brancos, que foi divulgado ao vivo pela internet. Apesar dos ossos do ofício, fiz questão de não observar aos vídeos. P exatamente o que esses malucos querem.
Em cima do massacre na escola em Suzano, é impossível não pararmos para refletir sobre o que se passa com o mundo moderno. Como já disse antes, não dá para encontrar uma resposta simplista. São muitos fatores em jogo. S ódio, o preconceito, a frustração e a incapacidade de se mourejar com ela, a alucinação, o fanatismo, tudo isso não tem ideologia, vai da extrema esquerda à extrema direita. Mas, porquê Hayek já havia notado, as ideologias totalitárias disputam o mesmo perfil de espírito: o sujeito que flerta com o niilismo, com a totalidade falta de sentido ou propósito mais proeminente para sua vida medíocre e vazia. Ele encontra no comunismo, no fascismo, no nazismo ou no islamismo radical uma válvula de escape, uma fuga, e sua individualidade apagada se dilui no coletivismo da culpa. Ali, porquê vítima ou carrasco, ele encontra qualquer siso de relevância. S efeito contágio se faz presente: por isso as redes sociais, incluindo o submundo da internet, ajudaram a potencializar o fenômeno. Malucos sempre existiram, mas agora se sentem em grupo, em grupo, e um puxa o que há de pior no outro.
Por isso cada vez mais gente tem se convicto de que a prelo, mesmo que tenha um compromisso com os fatos, não deve contribuir para publicar ainda mais os nomes, as causas ou manifestos, muito menos as imagens desses massacres. P tudo que os terroristas mais desejam! A glória momentânea, o reconhecimento do público, mesmo que por alguma coisa terrível.
Sei que pode ser tentador ver, compartilhar, pois um lado da natureza humana é mórbido mesmo. Mas acho que devemos evitar isso. Focar nas vítimas, não nos desgraçados que tiram suas vidas, seres perturbados em procura de holofotes. Não vi as imagens, e nem pretendo vê-las. Que esses monstros caiam no esquecimento, pois o zero é tudo o que merecem.
Rodrigo Constantino
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