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Barbosa não cai nos dois truques de Haddad. E uma sugestão para o prefeito não maltratar doentes e criancinhas

Pois é… O ministro Joaquim Barbosa não caiu no truque do prefeito Fernando Haddad e manteve a liminar do Tribunal de Justiça, que suspendeu o reajuste do IPTU. Truque? Talvez a palavra deva ser empregada no plural. Há pelo menos dois: na forma e no mérito. Comecemos pela forma. Os “especialistas em comunicação” de Haddad — acho que é o caso de botar todo mundo na rua, Supercoxinha! — acharam que uma boa ideia de condicionar a decisão do ministro era submetê-lo ao descrédito prévio. Anunciaram para a plateia que a Prefeitura só havia inicialmente recorrido ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque o alcaide não confiava em Barbosa e achava que ele pudesse decidir contra a derrubada da liminar. A estratégia, tosca, era a seguinte: “Quando a gente anunciar que considera o ministro suspeito, ele vai se intimidar e, para mostrar que é isento, vai derrubar a liminar”. Não deu certo!

Uma nota: o PT vive fazendo isso com a imprensa. Querem saber? Quase sempre funciona! Eles acusam os veículos de comunicação de serem tucanos, conservadores, de direita, antipetistas (escolham aí…). Para demonstrar que eles estão errados, esses veículos acabam adernando o noticiário de dois modos: a) com matérias simpáticas ao PT; b) com reportagens que, muitas vezes, exageram os problemas dos adversários do petismo.

Trata-se de tolice e perda de tempo. Sabem por quê? Os tribunais petistas que julgam jornalistas e veículos jamais estão contentes. Pedem sempre mais. Ainda que o noticiário lhes seja positivo, dirão sempre o contrário. Felizmente, Barbosa não caiu na conversa. Creio que os petistas já o demonizaram o bastante por causa do processo do mensalão. Segundo um deputado negro do PT, Joaquim Barbosa deve ter cassada até a negritude. Para o valente, um negro que condena mensaleiros estaria atuando contra a cor de sua pele. Os petistas já chegaram longe demais com Barbosa, certo? Não seria um truquezinho simplista como o de Haddad a surtir efeito.

O segundo truque
Agora vamos ao mérito. A Prefeitura pede a suspensão da liminar alegando que a cidade corre riscos imediatos, que áreas essenciais serão prejudicadas. Sustenta que mais de R$ 800 milhões serão cortados do social. Como, nessa perspectiva, a Prefeitura não teria recursos para fazer a contrapartida de projetos federais, isso poderia significar uma perda para a área social de R$ 4,5 bilhões. No país da contabilidade criativa de Guido Mantega, temos a matemática criativa de Haddad.

Obviamente se trata de um exagero. Em sua página na Internet, o vereador Andrea Matarazzo (PSDB) exibe alguns números muito significativos. Sim, ele é da oposição e votou contra o reajuste do IPTU. Todo mundo sabe. Mas pergunto: isso muda os números?

Haddad anunciou que, sem o IPTU, fará o seguintes cortes na área social:
Educação – R$ 249,86 milhões
Saúde – R$ 146,128 milhões
Limpeza pública – R$ 40 milhões
SUBTOTAL – R$ 435,988 milhões
Cortes em outras áreas (Secretarias de Governo, de Infraestrutura, dívida etc.) – R$ 369,686 milhões
TOTAL – R$ 805,624 milhões

Será mesmo necessário passar esse facão na área social? O governo de um partido que se diz socialista, diante da primeira dificuldade, avança justo em educação, saúde e limpeza pública? Matarazzo faz a seguinte sugestão ao prefeito, com base no orçamento aprovado.
– Publicações de interesse do município – R$ 34,758 milhões
(de um total de R$ 90 milhões previstos para 2014)

– Construção, aquisição e reformas de sedes administrativas – R$ 30 milhões
(de um total de R$ 30 milhões previstos para 2014)

– Promoção de campanhas e eventos de interesse do município – R$ 116,23 milhões
(de um total de R$ 116,23 milhões previstos para 2014)

– Desenvolvimento de sistemas de informação e comunicação – R$ 20 milhões
(de um total de R$ 40 milhões previstos para 2014)

Manutenção de sistemas de informação e comunicação – R$ 55 milhões
(de um total de R$ 69,4 milhões previstos para 2014)

Aumento de capital da SP-Securitização – R$ 150 milhões
(de um total de R$ 150 milhões previstos para 2014)

Modernização e manut. Central de atendimento telefônico –156 – R$ 30 milhões
(de um total de R$ 60 milhões previstos para 2014)
SUBTOTAL – R$ 435,988 milhões

Cortes em outras áreas (Secretarias de Governo, de Infraestrutura, dívida etc.) – R$ 369,686 milhões
TOTAL – R$ 805,624 milhões

E pronto! Deu para chegar aos mesmos R$ 805,624 milhões. E sem abandonar os doentes e as criancinhas, não é? É bem verdade que os socialistas, historicamente, nunca deram muita atenção nem para uns nem para outros. Essa história de que as esquerdas prezam o social é uma das mais espetaculares falácias influentes. Notem os leitores: Matarazzo faz sugestões de cortes que me parecem razoáveis. Vá lá… Que não sejam essas, mas outras. Uma coisa é certa: dá para tirar a gordura de outras áreas da administração sem precisar punir os mais fracos. E a Justiça sabe disso.

De resto, nota o vereador: “É relevante ressaltar a fraca execução orçamentária dos primeiros onze meses da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT). Por exemplo, apenas 31% dos recursos destinados a investimentos na cidade foram utilizados. De R$ 6,2 bilhões que havia para investir, somente R$ 1,9 bilhão foi executado até novembro de 2013. Essa baixa execução, aliada à boa arrecadação durante o ano, com as receitas correntes, estão provocando acúmulo de dinheiro em caixa. O município começou o ano com caixa de aproximadamente R$ 5,5 bilhões. Este montante, em novembro, girava em torno de R$ 9 bilhões.”

Eis aí! Os números acima evidenciam que a dita urgência e risco de prejuízo social caso a liminar não fosse cassada não passavam de conversa mole, de terrorismo “midiático” (como “eles” gostam de dizer). E olhem que, na lista acima, não está a verba de propaganda propriamente. Vou ver quanto é. Um prefeito que realmente fosse amante do povo, seria capaz de zerar o dinheiro da publicidade, mas jamais puniria criancinhas, não é mesmo?

Haddad só está tentando requentar o discurso surrado de Lula, segundo quem o caos na saúde se deve ao fim da CPMF. Ele ficou cinco anos com o dinheiro do imposto. E fabricou o… caos! Essa história não cola mais, prefeito. Lula já a explorou até o osso.

Texto publicado originalmente às 20h28 desta sexta, dia 20/12/2003


Fonte:Reinaldo Azevedo | VEJA.com


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